É tarde demais para considerar a compra da Prince Pipes and Fittings Limited (NSE:PRINCEPIPE)?
Mar 07, 2023Espera-se que a indústria de equipamentos domésticos de saúde atinja US $ xx bilhões até 2030
Mar 09, 2023Ferramentas de encaixe de tubos PEX Insights do mercado 2023 e perspectivas precisas Viega, Sharkbite (RWC), Zurn
Mar 11, 2023Os 7 melhores limpadores de aço inoxidável 2023
Mar 13, 2023Desempenho tribológico de ferro fundido branco com alto teor de cromo e calor
Mar 15, 2023Nas favelas do Brasil, telhados verdes podem ajudar a aliviar o calor
Acima: Favela do Alemão no Rio de Janeiro, 2011. Comunidades urbanas de baixa renda como essas tendem a carecer de vegetação e são mais propensas a enfrentar calor extremo do que suas contrapartes mais ricas ou mais rurais. Visual: AF Rodrigues/Brazil Photos/LightRocket via Getty Images
O suor escorria pelo rosto de Luís Cassiano. Era 2012 e o dia mais quente do Rio de Janeiro até agora: com quase 110 graus Fahrenheit, a cidade litorânea mal havia batido seu recorde anterior estabelecido em 1984.
Cassiano e sua mãe, então com 82 anos, moravam na mesma casa estreita de quatro andares desde que se mudaram para o Parque Arará, uma favela na zona norte do Rio, cerca de 20 anos antes. Como muitas outras casas na comunidade da classe trabalhadora – uma das mais de 1.000 favelas na cidade brasileira de mais de 6,77 milhões de habitantes – seu telhado é feito de telhas de amianto. Mas as casas em sua comunidade agora são frequentemente cobertas com chapas de aço corrugadas, um material frequentemente usado por seu baixo custo. É também um condutor de calor extremo.
Depois de conhecer os telhados verdes da Alemanha com um amigo, o morador do Parque Arará, Luis Cassiano, decidiu construir um sozinho. "Comecei a imaginar toda a favela com telhados verdes", disse ele. "E não só esta favela, mas outras também."
Visual: Courtesy Luis Cassiano
Enquanto as temperaturas do lado de fora deixavam seu telhado quente o suficiente para cozinhar um ovo - Cassiano disse que uma vez tentou e conseguiu - dentro de casa parecia pior. "Só vim para casa para dormir", disse Cassiano. "Eu tive que escapar."
O Parque Arará espelha muitas outras comunidades urbanas de baixa renda, que tendem a carecer de vegetação e são mais propensas a enfrentar calor extremo do que suas contrapartes mais ricas ou mais rurais. Essas áreas costumam ser chamadas de "ilhas de calor", pois apresentam bolsões de altas temperaturas - às vezes até 20 graus mais quentes do que as áreas vizinhas.
Esse clima prejudica a saúde humana. As ondas de calor estão associadas a maiores taxas de desidratação, insolação e morte; eles podem exacerbar condições crônicas de saúde, incluindo distúrbios respiratórios; e eles afetam a função cerebral. Esses problemas de saúde provavelmente aumentarão à medida que as ondas de calor se tornarem mais frequentes e severas com as mudanças climáticas. De acordo com um estudo de 2021 publicado na Nature Climate Change, mais de um terço das mortes relacionadas ao calor no mundo entre 1991 e 2018 podem ser atribuídas a um planeta em aquecimento.
O calor extremo preocupava Cassiano. E como morador de favela de longa data, ele sabia que não poderia depender do governo brasileiro para criar melhores condições de vida para seus vizinhos, a maioria dos quais são negros. Então, ele decidiu fazer isso sozinho.
Conversando com um amigo que trabalha com desenvolvimento sustentável na Alemanha, Cassiano conheceu os telhados verdes: uma característica do projeto arquitetônico em que os telhados são cobertos por vegetação para reduzir as temperaturas internas e externas. O país europeu começou a explorar seriamente a tecnologia na década de 1960 e, em 2019, expandiu seus telhados verdes para cerca de 30.000 acres, mais do que dobrando em uma década.
"Por que as favelas não podem fazer isso também?" ele se lembra de ter pensado.
Pesquisas científicas sugerem que a infraestrutura verde pode oferecer aos residentes urbanos uma ampla gama de benefícios: além de resfriar a temperatura ambiente, eles podem reduzir o escoamento de águas pluviais, reduzir a poluição sonora, melhorar a eficiência energética dos edifícios e aliviar a ansiedade.
O calor extremo preocupava Cassiano. E como morador de favela de longa data, ele sabia que não poderia depender do governo brasileiro para criar melhores condições de vida para seus vizinhos, a maioria dos quais são negros.
Mais de 10 anos desde aquele dia quente em 2012 – e vários recordes de calor depois – Cassiano dirige a Teto Verde Favela, uma organização sem fins lucrativos que ele começou a educar os moradores sobre como eles podem construir seus próprios telhados verdes. A construção da favela vem com seu próprio conjunto de peculiaridades técnicas e problemas de política pública, e Cassiano contou com a ajuda de cientistas locais para pesquisar as melhores práticas e materiais. Mas cobrir os telhados de um bairro inteiro requer tempo e – mesmo com medidas de redução de custos – um grande orçamento.